(233)
Ultimamente ao chegar perto do poço,
O laguinho da cascata que assim chamo,
Eu sinto um aperto no pescoço
Que não posso explicar, do qual reclamo.
Aqui eu mergulhei desde criança
E o fiz sem roupas claramente
Pois nunca perdi a esperança
De viver como vejo em minha mente
Num mundo de pureza e liberdade
Onde o senso de pecado não existe
Uma vez que não existe nem maldade.
Por quê então a dor (eu me refiro
ao laço na garganta) que insiste
Em me embargar tirando-me o respiro?
15/01/2007
Nota da editora
Encontrei este impressionante soneto inédito na arca de minha irmã e que me emocionou sobremaneira pois me fez ver o quanto a Alma pressentia, misteriosamente, o seu fim, inclusive somatisando os sintomas de seu estrangulamento pela corda em seu pescoço, com que foi encontrada flutuando a um palmo da superfície do poço, ancorada a uma grande pedra. Ainda assim, como já contei, restam dúvidas quanto à natureza de sua morte. (Lucia Welt)
18 de fev. de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário