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Caminho pelas sendas farroupilhas
Que ainda se vêem aqui no prado,
E serpenteiam servindo como trilhas
Para os peões de hoje e nosso gado.
E me vejo de repente acompanhada
De visões dos nossos companheiros
Montados, zurzidos por pampeiros
A procurar a sua última invernada
Logo sofrida, espectral, penada
Pois que nunca houve paz impune
Pros que vivem e morrem pela espada.
Então volto ao casarão atormentada
Como alguém que a guerra ainda pune
Com os ecos da última emboscada...
14/01/2007
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Nota da editora
Alma sempre foi visionária, desde criança, e me impressionava a intensidade e sofrimento de suas visões quando ainda guria, atormentada por horas por espectros, reais para ela, que a afugentavam às vezes de suas incursões pelas pradarias em torno do nosso casarão. Muitas noites, dentro de casa, também ela era assaltada por essas visões e se refugiava em minha cama, nos meus braços ou nos de Rodo, quando então era punida por nossa mãe, que não a compreendia. (Lucia Welt)
21 de fev. de 2008
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