16 de set. de 2007

Sonho pampeiro (de Alma Welt)

(211)

Pleno pampa poderosa pradaria,
Um céu maior e mais profundo;
De noite as estrelas e seu mundo
A mirar-nos com sobranceria.

Ah! As alongadas sombras das coxilhas,
Pela branca lua cheia a surfá-las
São algumas das tantas maravilhas,
Que eu quisera em sonho suborná-las

E assim, nua, de noite, em desatino
Cavalguei até dormir por sobre a crina
E traída ser trazida ao meu destino,

Pois eu quis perder-me, e feminina,
Ser cobiçada e levada por rei Mino*
Ao seu oculto palácio da campina...

15/01/2007

Nota da editora:

"rei Mino"- Os leitores já familiarizados com o universo poético da Alma, sabem que na sua mitologia particular ela assim denominava o vento minuano, que lhe inspirava temor, respeito e fascinação. (Lucia Welt)

Um comentário:

Anônimo disse...

Rei Mino, minuano, que belíssima associação de imagens. A poesia de Alma surpreende-me a cada dia. Alma era um fenômeno. Uma revelação. Uma estrela.