(212)
Vinha pela estrada o ancião,
Imensa barba branca e um mistério,
Meu pai o avistou, chamou Galdério
E pediu-lhe pra trazê-lo ao casarão.
Diante da família, o olhar perplexo,
Muito gasto daquele pobre ser
Chegava a compungir, a comover,
Parecia tirado do seu nexo.
E depois de tomar a boa sopa,
Balbuciando pediu pra retornar
Ao leito da estrada, e caminhar.
Pois embora aceitasse alguma roupa,
Errar pela estrada até morrer
Era escolha, pra não mais interromper.
29/11/2006
Nota da editora:
Fui testemunha também deste fato, e me lembro bem de que Alma reconduziu o ancião até a estrada, acompanhou-o um pouco de braço dado, e depois o deixou afastar-se sozinho, ela parada, olhando. Então fui até ela, imóvel no meio da estrada e ela sem se voltar disse:
"Ele é o Tempo, percebeste? Não se pode detê-lo...
(Lucia Welt)
17 de set. de 2007
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