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Tanto que a Mutti me dizia
Que o destino da mulher é o casamento
Que até para mim chegou o momento
De dar o sim a alguém que me pedia
E que fora um colega meu de escola
Desses que nunca pediu cola
E que me tinha tal veneração
Que junto a mim travava, em comoção.
Então chegou um dia resolvido
E diante dos meus pais fez o pedido
Balbuciando, trêmulo e alvar.
Puxei-o e disse, ali, na sala ao lado:
"Darei pra ti, esta noite, com agrado,
Se prometeres nunca mais voltar."
01/12/2006
Nota da editora:
Fui praticamente testemunha deste episódio que escandalizou o rapaz e irritou nossa mãe que, na verdade, não soube, claro, do motivo do sumiço do "noivo" (que diga -se de passagem, teve suficiente hombridade para retirar-se sem cobrar a promessa da Alma.
Minha irmã era sensível mas não sentimental, e não aceitaria casar-se com um rapaz tímido e inseguro, por melhor que fosse em outros aspectos, pois ela admirava a coragem, a desfaçatez e até o cinismo viril do nosso irmão Rôdo, pois uma das virtudes que ela mais admirava em alguém, era, como ela dizia, o "savoir -faire". (Lúcia Welt)
9 de set. de 2007
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Um comentário:
Essa Alma é o máximo! Gostaria que as mulheres em geral tivessem essa coragem, que não têm. Nesse soneto ela desmascara o lado hipócrita da instituição do casamento. Parabéns, Lucia por não estar, pelo jeito, escondendo nada do público e sobretudo de nós, fãs dela, essas jóias inéditas da Alma.
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