16 de ago. de 2007

A Infanta (de Alma Welt)

(148)

Muito viajei pelas cidades
Do mundo real e as da mente,
Europa e os reinos do Oriente
E os das lendas de antigas deidades.

Mas o Pampa, o Pampa é minha raíz...
Aqui vou mais longe ao galopar
E perco-me no mundo por um triz
E encontro meu espaço em pleno ar!

Bravos gáutchos* montados e em seus zelos
Tocam seus chapéus com os dois dedos
Ao verem-me correndo tão sem medos,

Infanta de meu reino, ou já rainha,
Meio louca, eu sei, soltos cabelos,
Mas ao passar saudada pela Vinha!

18/01/2007

Nota da editora:

* gáutchos- Fonético de "gauchos" sem acento, os gaúchos da fronteira já designados pela expressão castelhana.

Alma realmente galopava nua e sem sela, "escanchada" no seu "pingo", com os longos cabelos ruivos ao vento, quando sentia a pradaria deserta. Mas a verdade é que foi muitas vezes avistada nessas condições, e pela sua beleza não fora até então
desrespeitada, apenas tocavam seus chapéus, e estava virando uma lenda viva de cunho meio folclórico em nossa região. Agora que está morta, os peões continuam a vê-la assim, galopando, muito branca como sempre, mas agora espectral... e consideram-na uma visão auspiciosa.

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