16 de ago. de 2007

Adeus Pampa (de Alma Welt)


(149)

Adeus Pampa, que a galope estou indo
Pra outros pagos, nua e sem a sela,
Escanchada sem pudores no meu pingo
Que como Eva sou sua costela

Antes da maçã e da serpente,
Infanta da Natura e sem pecado,
Alma pura, erótica e inocente,
A quem só amar foi destinado.

Esperem-me na Noite, ó desejosos!
Poetas, sonhadores de passagem,
Que sob suas cobertas liquefazem

Seus corpos, de graça e fina estampa,
Destilando seus fluidos licorosos
Pela Musa derradeira deste Pampa!

19/01/2007


Nota da editora:

Encontrei, emocionada, este belíssimo soneto, identificado com segurança como o penúltimo da série dos "150 Sonetos Pampianos", na montanha de papéis da Alma, que venho compilando e organizando. Percebe-se nele uma despedida, como se Alma soubesse que estava partindo para outro plano astral (outros pagos) como se estivesse simplesmente galopando rumo "austral", "muito ao sul de si mesma" (expressão dela numa crônica). Alma tinha consciência da sua natureza de Musa deste Pampa, pois foi, sem dúvida sua maior intérprete feminina, neste começo de século. (Lucia Welt)

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