24 de ago. de 2007

Antípodas (de Alma Welt)

(164)

Juventude, o quanto hei de querer-te
Por uma vida inteira de memórias,
Mas eu pensar em ti já como estórias
É sinal de que logo vou perder-te!

Transformei cada minuto em puro verso
E em crônica o corriqueiro lance,
Um outro em episódio controverso,
E a breve temporada num romance.

Eis o que tem sido o bem e o mal:
Viver a vida sem sair deste local
E conhecer os polos mais extremos

Vivendo entre a estróina e a asceta,
Ser tanto sibarita quão profeta,
A gulosa e o cadáver que seremos...

17/11/2006

Nota da editora:

Considero este um dos mais notáveis sonetos da fase final da Alma, encontrados no caderno recém-descobeto por mim na arca de inéditos da Alma, no sotão contiguo à "mansarda" de Rôdo, aqui no casarão. Este soneto é um exemplo da veia metafísica da Alma, que não obstante a sensualidade e erotismo que a fizeram vítima de malentendidos, perpassa toda a sua obra viceral e profunda.

Um comentário:

Anônimo disse...

Minha vida de fronteiriço mudou totalmente depois que um amigo com nome meio italianado citou o nome de Alma West. Acostumado aos cabarés correntinos, lá pelas bandas de Corrientes, Argentina, abandonei tudo para simplesmente me extasiar com os magnificos poemas dessa Poetiza incrível que depois de morta? está mudando minha vida. Fico horas na internet, reprisando e relendo seus grandes e épicos poemas dos nossos Pampas inigualáveis. Larguei as minhas mulheres perfumadas do lado de lá, além Rio Paraná, além dos meus filhos bastardos nascidos daquelas aventuras insanas regadas a cana e vinho. Troquei-as pela paz impoluta e reparadoura de Alma que como um filho pródigo, obrigou-me a retornar aos pampas verdejante e planos e pradarias onde nasci e cujo olor e cores jamais esqueci. Que a vida seja eterna para Alma, que transformou minha vida e meu coração, agora pulsante, me sinto um filho de Deus e da Natureza paampiana. Obrigado Alma e Lúcia, por proporcionar esse gozo profundo que é esse site onde eu sorvo toda a poesia da alma de Alma.