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Faz tempo que não me banho nua
No poço da cascata ou na piscina
E sinto que se o tempo não atua,
Um crescente pudor meu corpo mina.
Onde está a inocência de outrora,
Peladinhos eu e Rôdo na campina?
A verdade é que a confiança mora
Onde a dor e o real não contamina.
Ainda lembro como fui tão humilhada,
Colocada aberta após a luta
Para ser degustada como fruta
Ali, no bosque, não longe destas águas
(e a alma ainda insiste nessas mágoas)
Exaurida, aurida e... violada!
04/01/2007
Nota da editora;
Descobrindo este soneto, fiquei perplexa e abalada.
No soneto Alma pretende revelar que já teria sido
violada antes, às margens da cascata onde seria morta
duas semanas mais tarde?
Ou teria sido mais uma antevisão, premonição ou vidência,
contada poeticamente de uma perspectiva póstuma?
11 de jul. de 2007
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