
A Harpia- litografia de Guilherme de Faria
(86)
Meu irmão quer dar-me uma Harpia,*
Quer dizer, um presente de rainha:
A águia das florestas e da Arcádia
Outrora monstruosa e mesquinha.
E tudo porque soube da aventura
Que tive com o tal colecionista,
Quando fui, digamos, finalista
Para desenhar a criatura.
Sim, aquele Antônio fazendeiro
Que acabou revelando o seu desejo
Para além do seu intento pioneiro.
Narrei tudo no meu conto celebrado
E agora, de repente, assim, revejo
O medo do *ménage inusitado.
04/01/2007
Nota da editora:
Creio que este soneto puramente evocativo, seja de difícil compreensão para
quem não leu o conto "A Harpia", do seu livro de contos
publicados pela Editora Palavras & Gestos(de São Paulo)
"Contos da Alma", de Alma Welt, que se encontra em algumas livrarias da capital paulista e pode ser adquirido pela Internet (vide "Alma Welt" no google). Lá embaixo, neste blog, antes do primeiro soneto da série publiquei a capa do mencionado livro.
Algumas pessoas(eu inclusive) consideram o conto A Harpia
uma obra-prima da Alma.
*" ménage inusitado"- no conto cheio de suspense A Harpia, Alma se vê envolvida numa espécie de "ménage-a-quatre", isto é um quatrilho composto por
ela, Antônio(o colecionador de aves raras), sua mulher Chiara, e a própria Harpia, a fantástica águia das florestas brasileiras, que era a estrela da coleção
do fazendeiro paulista que contratou e hospedou Alma em sua fazenda, como artista plástica para retratá-la num desenho.
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