25 de jul. de 2007

A casamenteira (de Alma Welt)

(117)

Pintei-me nua com grande realismo,
Que ao ver a tela a Matilde até gritou:
"Guria, apaga tudo, isso é nudismo!
Já não basta viveres dando show?"

"Eu vejo que és nudista empedernida
E estás cada vez mais descarada,
Se eu fosse a tua mãe, a falecida,
Ia dar-te era mais muita palmada!"

"Eu sei, tu és guapa, mas te guarda,
Vai por mim, que sou casamenteira.
Quem quererá o que não se resguarda?"

"Se te escondes porfim te esquecerão
E haverá alguém que ainda não
Te viu pelada e pague entrada inteira..."

12/01/2007

2 comentários:

Anônimo disse...

Que delícia de soneto! Muito original, cheio de graça e sabor regional. Essa Matilde é viva, autêntica e saborosa, tive uma empregada assim. Lúcia, essa tela da Alma ainda existe? Tu não podes publicá-la aqui no teu blog?

Lúcia Welt disse...

Querida Solange

Essa tela da Alma existe sim, não foi apagada, não, por conta da Matilde (risos). Foi vendida a um grande colecionador de Porto Alegre, e como a Alma não a fotografou, tenho de procurar essa pessoa e pedir-lhe que fotografe e me envie a foto por e.mail. Pode demorar mas vou tentar. Hei de conseguir. Boa idéia!
Um abraço