25 de jul. de 2007

A caligrafia da Alma (de Alma Welt)

(116)

Hoje dei um pulo até Rosário
Pra comprar um novo rato pro pecê
E logo dei-me conta quão contrário
Seria o Vati se ainda ele me lê.

Ele gostava da linha caprichada,
Caligrafia, e com pena de ganso!
E me trouxe uma pele encomendada,
Pergaminho, ainda sinto o ranço...

Então minha memória agora ergue
Aquele tanto amor à velharia,
Que trazia o Walhalla à pradaria

E me pôs em contato com a escritura
Desde os escribas até o Gutenberg
Com quem começou esta loucura!

12/01/2007

Nota da editora:

Alma tinha uma belíssima caligrafia, e o nosso Vati (papai) só aceitava ler os novos poemas que ela lhe trazia se estivessem escritos à mão, com a pena que ele lhe dera e num belo papel. Alma era guria quando ele lhe trouxe o tal pergaminho, o que deixou Alma em lágrimas pois era a pele de um bichinho que fora morto. Nossa guria já tinha uma consciência ecológica, conservacionista. Este soneto me surprendeu pelo bom humor com que Alma evocou aquele episódio.Talvez seja porque por sua paixão ela tudo perdoava ao nosso pai.

Nenhum comentário: