7 de jul. de 2007

O contrato (de Alma Welt)

(79)

O contrato que redijo a cada dia
Pela visão do mundo e da poesia,
Será meu testamento da velhice
Que chegará um dia, sem pieguice.

E quero estar montada num legado
De mil sonetos, contos e poemas
Que velarão o meu sono atribulado
Do negócio de sonhos e de temas.

Tudo é vaidade, dirão, e eu concordo.
Mas quê resta ao homem ou ao poeta
Senão criar um mito ou uma meta?

Filhos, fortuna, casa, ofício, arte,
São o nosso lado de um acordo
Com a Morte, que trará a sua parte.

03/01/2007

Um comentário:

Madalena Barranco disse...

Lúcia, no mito está a vida que a morte não pode levar... Interessante! Beijos.