6 de set. de 2007

A selva (de Alma Welt)

(190)

Entrando no vetusto casarão
Procuro logo aquele sacro espaço
Da biblioteca, um bom salão
Com seus dez mil livros como um laço

Que me envolvia toda na infância
E não podia mais sair, mas sem revolta
Lendo e mais lendo com ganância,
Sentindo o mundo todo à minha volta.

E foi ali, numa mesinha para mim,
Que meu pai instalou especialmente,
Que a Poesia brotou em minha mente,

E assim como um piá ou curumim
Do silêncio daquela selva emerso
Veio à luz o meu primeiro verso.

08/01/2007

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais um soneto que me tocou muito pela graça e lindas metáforas da Alma. Essa do verso curumim e da biblioteca como selva é uma preciosidade. Olha Lúcia, estou desconfiada de que a Alma é você(até os seus retratos são muito parecidos) e que portanto ela não morreu. Alma está muito viva! Mas eu sei que a obra de arte passa mesmo essa impressão...

Um beijo na linda irmã da Alma, da Solange