25 de set. de 2007

De pôquer e carência (de Alma Welt)

(223)

Caminhar no casarão a passos lentos
Tornou-se hábito embora eu seja jovem,
E posso até ouvir meus pensamentos
E sonetos, que nonatos, me comovem.

Subo de repente ao nosso sótão
Onde já nasceu mais de um poema,
Ali deitando-me no catre do irmão,
E em que tantas vêzes fui meu tema.

E então, recordações sensoriais
Me fazem chorar e adormecer
Agarrada aos travesseiros e meus ais

Para sonhar que estou no abraço forte
Do guri que me deixa sem saber
Que seu pôquer há de ser a minha morte...

17/01/2007

Um comentário:

Madalena Barranco disse...

Olá Lúcia, neste soneto a tristeza toma conta dos versos que abraçam a saudade com força, enquanto revelam o local de inspiração de Alma e o quanto o mundo pode ser duro quando o amor é vencido pelo jogo... Adorei! Beijos.