8 de set. de 2007

O trem (de Alma Welt)

(193)

Quando aqui chegava o nosso trem
Na pequena estação perto da estância
Era uma festa enorme para alguém
Que amava os signos da infância.

Os ruidos, silvos e a fumaça,
O vapor envolvendo qual neblina
O vulto espectral de uma menina
Muito branca atrás de uma vidraça...

Era eu que olhava e que me via
Como sempre em tudo em minha vida
Narradora e personagem escolhida

E que esperava a mim na plataforma
Para abraçar-me em meio a algaravia
Daquela multidão quase sem forma.

17/11/2006

Um comentário:

Anônimo disse...

Este soneto é encantador e descreve com um toque cinematográfico a pequena estação com seu trensinho maria-fumaça. E a Alma ainda coloca-se inserida como quem aguarda na plataforma e como quem chega, ao mesmo tempo, como alíás é uma das coisas mais peculiares de sua escrita: personagem e autora simultâneas.