(180)
Meu avô era homem de palavra
E a tinha só na força concentrada,
Toda nervos, olhar, e aquela trava
Na maxila tensa e pesada.
De outras poucas palavras, nada terno
Era incapaz de uma carícia,
Persistente e tenaz como se eterno,
E totalmente isento de malícia.
Mas foi o velho boche grandalhão
Que me chamou à cabeceira bem no fim
E segurou com brandura a minha mão.
Depois tocando leve a minha testa,
Disse piscando o olho para mim:
"Alma, fiz o vinho, faça a festa."
13/01/2007
Nota da editora:
Emocionou-me este soneto primoroso, que considerei de imediato mais uma obra-prima da Alma, e que me fez lembrar do velho Joachim Welt, que Alma tão magistralmente descreveu no soneto, e que eu não sabia ter doado tão bela herança em poucas palavras para a verdadeira herdeira do vinhedo de sua vida. (Lucia Welt)
1 de set. de 2007
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