8 de set. de 2007

De lobos e guris (de Alma Welt)

(196)

Minha mãe dizia haver um lobo
No bosque aqui perto e emboscado
E que eu deveria ter cuidado
E nem sequer ir ali com o meu Rôdo,

Pois meu irmão, guri bem destemido,
Não seria páreo pro vilão
E que depois de assado e comido
Eu seria a sobremesa alí à mão.

Mas a curiosidade era mais forte
E eu entrava com ele ou sozinha
Embora jogássemos com a sorte

Pois a verdade era que eu creía
Haver o lobo que comia criancinha,
E até hoje ainda creio: o lobo havia.

13/01/2007

Um comentário:

Anônimo disse...

Que encanto este soneto! E com toda a sutileza da Alma. Tudo nela transcende, tem um sentido simbólico profundo. Continuo sob o sortilégio da grande Alma Welt, essa poetisa sem igual!