(152)
Uma vez estando eu a passear
Pela minha dourada pradaria,
Como de hábito imersa num cismar
Que me levava além da alegoria,
Onde coisas, numes, deuses, tudo junto
Cercava-me e querendo-me com eles,
Eu encontrei um tal Mefistofeles
Que não fazia parte do conjunto,
E este rogou-me desnudar-me
Que queria que queria admirar-me
Prometendo-me tesouro todo à parte.
E eu que não me faço de rogada
Fiquei nuínha, e sim, sem querer nada,
Disse: "Eu mesma sou o Ouro e a Arte!
03/12/2006
Nota da editora:
Fiquei encantada com a descoberta desta jóia, que deveria fazer, a meu ver, parte dos "Sonetos Pampianos da Alma". Reconheço tanto a minha irmã neste soneto, que derramei lágrimas de saudade e emoção. Alma era mesmo uma obra de arte viva, que transcendia a nossa condição cotidiana, pois vivia numa permanente dimensão poética corroborada pela sua excepcional beleza física tanto quanto anímica. Por isso tudo o que ela conta nos seus poemas, textos e sonetos, podem ser lidos e vistos como expressão de uma verdade palpável para ela, que costumava afirmar não inventar nada, mas sim contar sua vida, suas visões e seus sonhos que se apresentavam vivos e reais para ela. Tenho muitos motivos e exemplos para não duvidar que Mefisto apareceu mesmo na pradaria tentando-a, e ela agiu e respondeu como contou no soneto.(Lucia Welt)
18 de ago. de 2007
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