
(153)
Belas noites de verão, no meu jardim
Dançavam fadas, luzes, pirilampos,
Estrelas magas vagavam pelos campos,
E as horas, propícias e sem fim.
E eu levantando do meu leito
Corria entre as sebes prateadas
Sentindo ser também uma das fadas
Com toda a Natureza no meu peito.
E leve, nua, eu como que voava,
O corpo ainda não se concentrava
Em si mesmo, inconsciente do seu pejo,
Eu só seria espírito e alegria
Se já não despontasse a nostalgia
Da futura antiga Alma e seu desejo...
26/11/2006
Nota da editora;
Os sonetos encontrados postumamente num caderno da Alma, me encantaram pela excepcional beleza e não consigo comprender por quê minha irmã não os publicou no seu site, no Recanto ou no Leia Livro na época mesma de sua feitura. Eles me parecem inclusive pertencer em espírito e gênero à série dos Sonetos Pampianos que ela fechou em 150.
Este que acabo de postar me parece campeão, pela sua delicadeza e achados poéticos. Reparem na sutileza de significado do último terceto.
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