(158)
Pelas coxilhas batidas pelo vento
Eu gostava de estar correndo ao léu
Com os cabelos soltos sob o céu
Pra qu'Ele visse meu contentamento.
E eu pensava, juro, e não mentia:
"Nada mais peço, Senhor, eu te prometo,
Só me concede voar no meu soneto
Como vôo aqui na pradaria!"
"Toma meu rosto, Senhor, que esmeraste,
E esta alvura que o peão reverencia,
E que com meus cabelos faz contraste
Cujo rubro rastro semeaste
De olhares e de vã idolatria...
Senhor, só não me tires a Poesia!"
12/01/2007
Nota da editora:
Este é, a meu ver, um dos mais belos sonetos que já li de minha irmã. Até eu estou surpresa com a quantidade de obras-primas contidas neste caderno de inéditos da Alma, que recém-descobri. O espírito religioso da doce Alma, que costumava dizer que era uma pagã povoada de deuses, se revela de maneira comovente nesta verdadeira prece de poeta. (Lucia Welt)
22 de ago. de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Glorioso soneto! Aliás o blog da Alma contém uma vastidão espantosa de sonetos primorosos, de beleza inconfundível...
Ela é sem dúvida a maior sonetista de língua portuguesa desde Camões e Florbela Espanca. Parabéns a você Lúcia, por estar levando a tocha da Alma com tanto empenho, e brilhantes "notas de editora".
Glorioso soneto! Aliás o blog da Alma contém uma vastidão espantosa de sonetos primorosos, de beleza inconfundível...
Ela é sem dúvida a maior sonetista de língua portuguesa desde Camões e Florbela Espanca. Parabéns a você Lúcia, por estar levando a tocha da Alma com tanto empenho, e brilhantes "notas de editora".
Postar um comentário