(110)
A memória dos amores é um recurso
De não aceitação da finitude:
Ao guardá-los eu os mantenho em curso,
Já que retê-los mesmo nunca pude.
Assim insisto e os faço desfilar
Nas minhas noites tão sozinha,
Como súditos dispostos a me amar
E ceder aos meus caprichos de rainha.
Escolho um, namoro e o conduzo,
Aquele ali espera, paciente...
Rejeito outro por deveras insistente.
Mas afinal, de tanto amar e dar,
Acabo numa orgia tão confusa
Que só me resta rir, depois... chorar.
12/01/2007
23 de jul. de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário