23 de jul. de 2007

A orgia dos amores (de Alma Welt)

(110)

A memória dos amores é um recurso
De não aceitação da finitude:
Ao guardá-los eu os mantenho em curso,
Já que retê-los mesmo nunca pude.

Assim insisto e os faço desfilar
Nas minhas noites tão sozinha,
Como súditos dispostos a me amar
E ceder aos meus caprichos de rainha.

Escolho um, namoro e o conduzo,
Aquele ali espera, paciente...
Rejeito outro por deveras insistente.

Mas afinal, de tanto amar e dar,
Acabo numa orgia tão confusa
Que só me resta rir, depois... chorar.

12/01/2007

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