1 de jul. de 2007

Onde dormem os amores (de Alma Welt)

(68)

De onde vêm estas vozes, burburinhos,
As zangas de amor dos meus perdidos
Pai, mãe, irmã, cunhado, e uns vizinhos
Que nos traziam seus jogos divertidos?

De onde vem o clamor dos exilados,
Suas andanças no quarto e corredores,
Onde estão dormindo meus amores,
Onde a paixão e o beijo dos amados?

Na parte do jardim, mais afastada,
Têm sob a campa sua guarida
Pra que não assombrem a fachada

(que não tarda a também ser engolida
pelas sombras do avô e da avó Frida)
Desta grande casa atormentada...

31/12/2006

Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssimos sonetos! Um conjunto extenso e glorioso! Eu acompanhei a trajetória desta magnífica poeta desde o seu aparecimento no site Leia Livro. Custo a acreditar que ela tenha se matado, embora sua nostalgia de um tempo perdido e fascínio da morte sejam evidentes em sua poesia.