(109)
Tem dias em que ando meio a esmo
Nos locais preferidos desta estância
Procurando o sentido, aquele mesmo,
Que neles encontrava na infância.
Mas percebo que a concentração
Como modo de estarmos num local,
É o contrário da perfeita integração
Que nos fazia ser o ser total
Que éramos naqueles tais instantes
Como a sombra fugidia de uma truta
Nas águas, com rumores circundantes
Do surdo crescimento de uma fruta,
E a vida um encontro tão fecundo
Em que olhávamos a flôr, e era o mundo!
11/01/2007
22 de jul. de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Excepcional soneto! De uma beleza suprema. Parece um clássico, que deveria estar nas melhores antologias dos grandes sonetos mundiais. E contém uma mensagem totalmente Zen. Alma, tu não morreste!
Postar um comentário