
Máscara báquica, ou de Dionisos- desenho de Guilherme de Faria
(91)
Ali onde a colina encontra a lua
Como imenso sonho branco a flutuar
Contra a nave em silhueta do lagar,
Quanto sobre as uvas me pus nua!
Invocar Dioniso é o caminho
E deve ser ritual inusitado:
Somente o meu corpo despojado
Pode chamar as forças do meu vinho.
Então eu sento no sangue do lagar
Com meu sexo também prestes a sangrar...
Eis revelado o segredo do meu tinto.
Não me venham dizer qu'isto é "de demos",
Não percebem o buquê como é distinto?
Ao aroma e cor da Vida, ah! brindemos!
05/01/2007
Nota da editora:
Como os leitores já perceberam, a família Welt
tem um vinhedo em nossa estância e produzimos vinho tinto
pelo sistema tradicional das uvas amassadas com os
pés no lagar. Como Alma contou no soneto desta série
entitulado "A Alma do meu vinho", ela realmente rolou nua
"no mingau das minhas uvas", no auge de sua beleza
aos dezessete anos, e eu mesma testemunhei isso.
Entretanto, creio que isto que ela conta aqui
de ter se sentado nua menstruada sobre as uvas no lagar,
deve ser somente licença poética ou um belíssimo simbolismo,
pois creio que poderia comprometer a safra,
ou mesmo vinagrá-la (risos).
Bem... mas com a doce Alma, nunca se sabia...
Um comentário:
Esta mulher é o máximo!Quero beber esse vinho, mas na fonte! Na fonte!
Postar um comentário