
(104)
Matilde, não adianta me olhares
Com olhar de censura, volta e meia.
Não tem jeito, embora eu tenha ares
De princesa que às vezes titubeia.
Me queres no papel que era da Mutti,
Mestra da ordem, do mate e do tomate,
Ou mais ainda: do meu amado Vati
Que era Deus, isso nem mais se discute.
Sei que viste-me sair mais uma vez
Nua ao vento em plena pradaria,
E julgas que tua Alma desvairia.
Mas juro-te, Matilde, se assim faço
É pra sentir de novo aquele abraço
Do meu pai, guria em minha nudez...
10/01/2007
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