18 de jun. de 2007

Soneto de gratidão (de Alma Welt)

(13)

Verdes prados do meu Pampa, minha vida,
Onde nasci para o amor e a esperança,
Doce leito de uma estrada percorrida
Entre lágrimas e risos, canto e dança!

Como cantar porém toda a paixão
De ser tua filha amada e renascida?
De retornar da dor da internação*
E ter ainda a chance devolvida

De ser a Alma intensa e amada
Que ao amor das letras devotada
Teria ainda um público, um recanto*,

E fruiria do carinho de poetas,
Leitores de visão*, almas seletas
A cujos olhos devo o meu encanto!

16/12/2006

Notas da editora:

* ...internação: Alma fora internada por um mês
numa clínica em Alegrete, por motivo de uma angústia
períodica que a acometia desde guria e que
foi se agravando.

*..."recanto": Alma aqui faz alusão a um
certo site literário da Internet
do qual acabou expulsa postumamente,
por grande equívoco, e no meio
de verdadeiro escândalo.

*..."leitores de visão": esse parecer da Alma,
por sua candura, acabou se revelando um engano seu,
pois a poetisa foi traída por quase todos os poetas que a
comentavam e elogiavam ou que com ela se
correspondiam, e que lhe viraram as costas(salvo
honrosas excessões) ou a detrataram ao acreditar,
precipitadamente,que ela não existia e que se tratava de
um heterônimo de alguém, como se essa hipótese,
se fosse correta, constituisse um "crime". Esqueceram
depressa seus elogios e louvações, e sobretudo o
quanto haviam fruído de seu encanto e cultura.
A ignorância não tem fim...

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