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Plasmado no tronco como um quisto
De um velho umbu a forca gravada
É o lado da estância mais sinistro,
Que descobri em distante temporada.
Questionei ao Galdério a sua causa:
"A forca foi aqui, no casarão
(ele respondeu fazendo pausa)...
No umbu é só do povo a falação".
"Aquela árvore é inocente como nós,
O enforcado foi no tempo dos avós,
Do velho Joachin Welt, o vinhateiro,
Que comprando em ruínas a estância,
Trançou com muita fibra e ganância
A corda do antigo estancieiro."
05/01/2006
Nota da editora:
No seu romance A Herança, Alma conta o episódio do suicídio
do antigo estancieiro Valentim Ferro,que, arruinado por
dívidas,tendo vendido a estância ao nosso avô, este o encontrou, na manhã seguinte, enforcado no sotão, pendente de uma corda amarrada na trave do telhado, vestido a caráter com suas bombachas, botas, esporas e pala. Ao lado da banqueta caída sob seus pés, a cuia e bomba esparramadas, com o mate derramado ainda fumegante. Ele tomara o seu chimarrão até o último instante...
28 de jun. de 2007
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