17 de jun. de 2007

A Alma do meu vinho (de Alma Welt)

(3)

Doces manhãs da minha juventude!
Embora ainda viva um seu momento
Já o sinto afastar-se em pensamento,
Já não as posso sentir como antes pude...

Outrora eu vi meu corpo se integrar
No lago e na campina sob as chuvas,
Mas foi ele consagrado em meu lagar,
Que rolei nua no mingau das minhas uvas

Que quando vazadas nos tonéis
Me tornariam vinho e sua canção
Para alguns cúmplices fiéis,

E me lembro que este tinto foi servido
Com malícia especial por meu irmão
Brindando a todos com o vinho proibido...

06/12/2006

Um comentário:

Anônimo disse...

Escritora prodigiosa! E que graça de soneto! A gente visualiza seu lindo corpo branco e nu mergulhando naquela papa vermelha das uvas, de maneira erótica e um tanto impressionante. É o máximo do fetichsmo! Beber eese vinho deve ser altamente afrodisíaco...