12 de mar. de 2008

O Último Verão (de Alma Welt)

Cai o Pano (de Alma Welt)
418


Suspeito que após a minha morte
Poucos serão os que acreditem
Que esta Alma viveu a sua sorte
Entre eles, por mais que aqui me fitem

Nestes versos que refletem minha luz
E a beleza que foi a companheira
Dos meus pensamentos, e a maneira
De viver a própria saga que compus.

Vida e Arte em mim associadas!
Sobre as minhas fontes e a trilha
Que tracei nas pradarias onduladas

A cortina final já vem descendo
Como o poente rubro na coxilha
Que morro a mirar, assim, morrendo...

16/01/2007





O Último Verão (de Alma Welt)

417

Este é o verão da despedida,
Eu sei, e dói-me tanto, tanto!
Ao deitar ouvi o último acalanto
Da Matilde, a mim, já tão crescida,

E os sonhos que sonhei, quase pungentes
Com sinais de adeuses e viagens,
O trenzinho de fumaça e suas mensagens
De partidas e névoas iminentes...

Oh! Vento, meu comboio de estação!
Não posso o casarão abandonar,
A vinha e o vinhedo em solidão

A esperar mais uma dança do lagar
Desta Alma em branco riso temporão
Com a saia arrepanhada, a patear...


10/01/2007

Nenhum comentário: