3 de ago. de 2007

Soneto de celebração (de Alma Welt) a Vinícius de Moraes

(129)

"E quando por acaso uma mijada ferve
Seguida de um olhar não sem malícia e verve
Nós todos animais, sem comoção nenhuma
Mijamos em comum numa festa de espuma."

(do soneto da Intimidade, de Vinícius de Moraes)
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Soneto de celebração (de Alma Welt)


É verão e meu pampa me deslumbra
E me conclama à celebração
Como que afastando uma penumbra
Que pesava sobre a alma e o coração.

E sou mais jovem, mais, até guria
E corro pelas sendas das coxilhas
Sentindo como sendo o próprio dia
Como sentem potras e novilhas.

Então sei que vou logo me despir
E agachar-me sobre a relva até sentir
Os talos mais altos na minha vulva

Para então, como pequeno chafariz,
E sendo parte do todo por um triz,
Abençoar as urzes como a chuva!

17/01/2007

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