28 de jul. de 2007

Ao oráculo (de Alma Welt)

(121)

Esta noite farei uma consulta:
Preciso saber o meu destino...
Não me refiro só a morte estulta,
Que não sei será acerto ou desatino.

Mas o que será de mim, poeta,
Após passo prematuro ou temporão*,
Meus versos recolhidos comporão
O grande livro que é a minha meta?*

Toda a minha vida nestas letras,
E mais: uma saga do meu Pampa,
Aquela dos avós, netos e tetras,

Tudo e todos que eu trago junto a mim
Nesta Pandora virtual sem tampa*,
Que há de ver-me cavalgando até o fim...

16//2007

Notas da editora:

*"passo prematuro ou temporão"- versos como este nos fazem pensar que Alma pensava em suicídio, e se questionava sobre o "acerto" ou loucura de tal gesto.

* "o grande livro que é a minha meta"- Alma, como todo poeta consciente de seu valor, sonhava ter suas "Obras Completas" publicadas em livro.

* "Pandora virtual sem tampa"- Alma se refere à Internet, onde estava publicando grande parte de sua obra, enquanto esperava (e espera) a resposta das editoras, já que tem apenas um livro de contos publicado por uma pequena editora de São Pau(editora Palavras & Gestos, cujo dono encantou-se com os seus contos e os publicou sem que Alma gastasse um centavo, como ela queria. Infelizmente a editora não distribuiu nacionalmente o livro, e ele permanece restrito a umas poucas livrarias da capital paulista. Entretanto está anunciado e vendido pela Internet, aumentando o seu alcance.

Nenhum comentário: