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Uma vez, guria, vi, estarrecida,
Um peão e sua chinoca no galpão
Sobre a palha, seminua, estendida
Ela gemia como em parto ali no chão.
Tinha as pernas no ar e muito abertas,
E o gaúcho mergulhava em suas coxas,
E eu, de onde estava, entre frestas
Via detalhes que poriam outras roxas.
Sim, eu via como aquilo adentrava
Chafurdando com estalos obcenos
Enquanto sangue e ranho exudava
Melando palhas agitadas qual acenos,
Grotescamente coladas nas virilhas,
Num flagrante de estranhas maravilhas!
20/12/2006
24 de jun. de 2007
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Um comentário:
Que belíssimo poema, é a história de uma criança diante de uma cena de conjunção carnal, os olhos funcionando como câmera de cinema, pura recordação, memória, lembrança.
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