27 de jun. de 2007

A pena do pensar (de Alma Welt)

(52)

Muito tenho pensado em tudo isso:
Viver, pensar, amar e desejar
E depois morrer, dar um sumiço
Pra ser lembrada só por quem lembrar.*

Mistério é, quisera eu me divertir
E não só pensar, amar e desejar;
Amar, pensar, sofrer e mais pensar
No quanto estou cônscia de existir...

Pois a consciência vigilante
Nunca me deixou depois da infância
Viver a vida plena, confiante,

Já que aquela inocência deslumbrante
Que agora me visita sem constância,
Aparece só no gozo de um instante.

23/12/2006

Nota da editora:

*Versos como esse, abundantes na série Pampiana,
dão o que pensar sobre previsão, vidência ou propósito,
tão pouco tempo antes do falecimento trágico
(e ainda misterioso) da amada Poetisa.

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