24 de jun. de 2007

Missões... a minha poesia (de Alma Welt)

(36)

Meu pai, um dia, didático, me quis
Levar ao território das Missões
E mostrou-me o poder das Reduções
A força, a arte e fé dos Guaranis.

Eu, guria, na presença de tais muros
De dura pedra assentados pelo amor,
Jurei, por minha vez, com versos puros
Ergueria os meus, com a mesma dor,

Mas que a minha catedral não cairia,
Não tombaria como sombra de si mesma,
Não se arruínam os muros da Poesia:

As paredes erguidas verso a verso
E guardadas por mim qual abantesma,
Tijolinhos como estrelas no Universo.

18/12/2006

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu fui das primeiras a descobrir a Alma, lá no Leia Livro. E a que mais a amou e sofreu com o seu gesto inesperado, e desesperado. Ainda não me conformo. Não a posso ler sem chorar. Este soneto aqui é uma obra-prima, que fala da consciência que ela tinha da sua missão de artista. Então, por quê, por quê, Alma, você nos deixou tão cedo?