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Meu pai, um dia, didático, me quis
Levar ao território das Missões
E mostrou-me o poder das Reduções
A força, a arte e fé dos Guaranis.
Eu, guria, na presença de tais muros
De dura pedra assentados pelo amor,
Jurei, por minha vez, com versos puros
Ergueria os meus, com a mesma dor,
Mas que a minha catedral não cairia,
Não tombaria como sombra de si mesma,
Não se arruínam os muros da Poesia:
As paredes erguidas verso a verso
E guardadas por mim qual abantesma,
Tijolinhos como estrelas no Universo.
18/12/2006
24 de jun. de 2007
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Um comentário:
Eu fui das primeiras a descobrir a Alma, lá no Leia Livro. E a que mais a amou e sofreu com o seu gesto inesperado, e desesperado. Ainda não me conformo. Não a posso ler sem chorar. Este soneto aqui é uma obra-prima, que fala da consciência que ela tinha da sua missão de artista. Então, por quê, por quê, Alma, você nos deixou tão cedo?
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