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Rôdo, traidor e ainda amado
Que me ligas aí dessas europas
Pra me dizer que estás atribulado
E não podes enviar as tuas tropas
Para vir salvar meu coração
Assaltado de temores e tristeza
Por um Natal afinal de solidão
Com a falta que me fazes, com certeza.
Eu olho à minha volta e sinto tanto
Que a vida tenha entornado o caldo
Pr'a Solange, o Alberto e o Geraldo
Perdidos sem o pranto que não pude,
Os piás a mudar, perdendo o encanto,
E eu a despedir da juventude...*
23/12/2006
Nota da editora:
* "a despedir da juventude"- Do ponto de vista físico Alma estava no auge de sua beleza e juventude.
Entretando a depressão estava talvez produzindo nela, subjetivamente,
um envelhecimento psíquico que este soneto sugere.
27 de jun. de 2007
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